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Minha melancolia

Posted by Blogueira on 22:35 in

Tempos atrás, assisti a uma palestra sobre melancolia. No dia, eu estava mais preocupada em lanchar na faculdade, pois estava faminta. Entrei no auditório nos momentos finais para responder à chamada, porque sempre tive o estranho e inexplicável medo de ser reprovada por faltas. Devo admitir que, o curto trecho ao qual assisti me pareceu técnico demais para se tratar de um estado humano. Mas como não assisti à palestra por completo, não posso julgar os conceitos nela tratados.

O que me ocorre agora é a estranha sensação em que me encontro. Caracterizei esse estranho estado da minha impalpável alma como melancolia, mas não sei se estou certa ou se é apenas uma vulgar compilação de emoções contidas há anos. Parte de mim parece morta. Outra parte dormente. Sinto um triste desânimo de pessoas e até a paisagem da minha janela já não aprecio mais. Pareço incapaz de muitas coisas e protelo qualquer atividade que me predisponha a realizar. Estou triste.

Um peso nos ombros que nunca senti. Talvez, essa seja minha cruz, um pedaço de madeira a roçar minha carne por tempo indeterminado. Quero um calmante, não que me acalme, mas que me faça dormir, porque o acordar é uma dor a mais, mesmo sabendo eu, no íntimo, que a vida é dádiva e deve ser tratada como tal. Mesmo assim quero sonhar invés de viver essa melancolia que me torna desejosa da mais profunda solidão.




“... Sigmund Freud, o pai da psicanálise, definia a melancolia como um árduo estado de desânimo, de desinteresse pelas coisas do mundo, incapacidade de amar, contenção na realização de qualquer tarefa, baixa gradual da autoestima, até alcançar um patamar de desejo de uma punição. Estes mesmos sinais estão presentes, segundo ele, no luto, exceto o desequilíbrio da autoestima. Há muitos séculos, porém, Hipócrates já considerava a melancolia como uma doença. Através da sua teoria dos quatro humores do corpo – sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra -, ele detectava a presença do desequilíbrio do baço, influenciado por Saturno, associado por muitos, até hoje, a esta disfunção emocional. Segundo o médico, o astro induzia este órgão a expelir um excesso de bílis negra, que assim provocava a melancolia. Era comum na Idade Moderna atribuir a fatores astrológicos a capacidade de responder pelos caminhos do homem na Terra. Como as concepções mudam ao longo do tempo, na Renascença e no Romantismo estar melancólico representava certo glamour, um status de aprimoramento da alma...” (Info escola)



Imagem: Munch, Melancolia (c.1890)


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