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“Se eu não faço, é feio. Se eu faço, pode”

Posted by Blogueira on 13:24 in

“Moralidade é uma lei fixa, mas cada um de nós deve ser seu próprio juiz." 
(Pucksinwah, Chefe da tribo Shawnee, 1774)

Percebi que pessoas de educação (aquela que vem do berço) desprivilegiada tendem a imaginar que outras pessoas sentem inveja delas. Comecei a questionar a raiz desse pensamento primitivo e descobri. É até engraçado, mas está ligado à religiosidade. Não à religião, mas à religiosidade.Tentar seguir determinados preceitos de valores que 100% da humanidade jamais conseguirá faz com que as pessoas acabem pensando: “Se eu não faço, é feio. Se eu faço, pode”. Posso citar a Bíblia como exemplo? Sim, posso! Nunca encontrei nenhum trecho bíblico afirmando que bebida alcoólica é proibida. Ao contrário, em determinado contexto, o próprio Jesus transformou água em vinho festejando um casamento. Entretanto, quem se denomina cristão ‘de carteirinha’ não bebe e julga quem bebe. Mais engraçado ainda é julgar quem bebe, sendo que, julgar, de acordo com a Bíblia, só cabe a Deus.A Bíblia não fala que bebida alcoólica é proibida, mas sexo antes do casamento é. Melhor nem comentar qual a porcentagem de cristãos ‘de carteirinha’ segue esse preceito. Daí entra outra questão: “Deus perdoa, não é? Afinal, sou um bom dizimista”. Que eu saiba, e até onde vão os pensamentos bíblicos, Deus não se vende e, para que haja perdão, é necessário o arrependimento verdadeiro e cessar a prática do pecado. Outro preceito que me incomoda é que a Bíblia, realmente, condena o homossexualismo. Entretanto, para o Deus Bíblico, não existe ‘pecadinho e pecadão’. Sendo assim, se eu sou heterossexual e cometo adultério contra minha esposa ou meu marido, se cobiço as coisas alheias, se não amo meu próximo como a mim mesmo(a) sou tão pecadora quanto um homossexual. Afinal, ser heterossexual não faz parte dos dez mandamentos, amar o próximo como a si mesmo faz. Porém, amar ao próximo como a si mesmo requer tolerância, pois, se eu perdoo os meus erros, se acredito que Deus possa perdoá-los, tenho que acreditar nisso em relação aos erros do meu próximo também. Tarefa difícil, não? Condenar, criticar ou julgar as pessoas é muito mais fácil do que amá-las, não tenho dúvidas.O Deus Bíblico não quer que a humanidade se fixe às coisas terrenas e, sim, às coisas espirituais. O meu maior questionamento sobre inveja e merecimento é: Por que Eike Batista seria mais amado que um assalariado qualquer aos olhos de Deus? Se eu me comparasse com os milionários e bilionários do mundo, Deus seria mero distribuidor de presentes e bem injusto (algo que eu não acredito que Ele seja). Pensar que bens materiais são ‘presentinhos de Deus’ não é seguir os preceitos Divinos. E se a carapuça serviu para alguém eu, simplesmente, sinto muito. Ou melhor, não sinto nada, porque eu não tenho dúvida nenhuma de que a pessoa que pensa que as outras pessoas sentem inveja dela, certamente, sente inveja das outras pessoas. E, eu nunca vi um pensamento mais primitivo que a própria inveja que, aliás, é um pecado capital, dá-lhe Bíblia novamente.Infelizmente, quase totalidade da civilização ocidental fixa sua fé em teorias bíblicas. Digo infelizmente não por ser ruim ou por ser contra a Bíblia. Digo infelizmente porque interpretação é a única saída para compreender e aprEEnder qualquer texto. Se a maioria esmagadora das pessoas não consegue interpretar nem um anúncio de jornal, como poderão compreender e aprEEnder um livro tão complexo como a Bíblia? E, o mais complicado, como essas pessoas conseguirão colocá-lo em prática? Não gosto de terminar meus textos com uma interrogação, por isso, segundo a Bíblia, afirmo que a “fé sem as obras não é nada”. Ou que eu não ouça mais sermões voltados para interesses pessoais ou que parem de usar a Bíblia como escudo de maneira errônea. É muito fácil pegar trechos e recitá-los aos quatro ventos, difícil é ser cristão na íntegra: amar ao próximo e aceitar os defeitos desse próximo como se aceita os seus próprios; fazer o bem sem olhar a quem, assim como Jesus curou leprosos, cegos e mancos e chorou pela morte de soldados romanos (os mesmos que o crucificaram); amar sem esperar nada em troca e dar a outra face sem medo da próxima bofetada. Espero que antes de ser criticada crucificada por causa deste texto, só me “atire a primeira pedra quem não tiver pecado”.Beijo aos leitores que, quando veem um pingo, sabem que é letra.


Imagem: Google



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“A gente não quer só comida...” no bom sentido!

Posted by Blogueira on 19:50 in , ,

Na década de setenta, a Rede Globo dava vida à obra de Jorge Amado (Gabriela, cravo e canela). No entanto, a extinta TV Tupi já o havia feito na década de sessenta. Sabe-se, porém, que tudo o que a Globo “toca” se transforma em ouro, mesmo que seja urina, o que não é o caso de meu amadíssimo autor Jorge Amado. Considero sua obra, com destaque para a Bahia, uma verdadeira aula de História em forma de Literatura de altíssimo nível.



 Sinto-me homenageada por ter o nome de uma obra Literária, muito embora de maneira distorcida e atrofiada pela malícia e a busca pela audiência. Li o romance “Gabriela, cravo e canela” há muito tempo, mas posso garantir que a conotação dada a ele na TV é diferente e busca apenas prender a atenção do telespectador, por isso investe muito nas “cenas quentes” protagonizadas pela personagem, tenho certeza que, com Juliana Paes e o galã Humberto Martins, essa tendência a investir no banal da obra artística não fugirá à regra, o que é uma pena. Não sou nenhum tipo de moralista, nem quero defender a imagem da personagem que tem o mesmo nome que o meu, mas penso que há outros canais onde as cenas de sexo poderiam ser melhores aproveitadas. Penso que utilizar a obra de um grande e brilhante autor brasileiro para alcançar audiência chega a ser um insulto, mas fazer o quê, ‘né’? Afinal, acredito que meus comentários sempre cairão na mesma regra fixa: este é um país onde tudo é classificado como bom, simplesmente porque maioria do povo não sabe distinguir alhos de bugalhos.
Acompanharei alguns capítulos apenas para atestar que estou certa em meus dizeres, já que as chamadas da novela explicitam aquilo de que ela vai tratar, talvez até seja um erro julgar antes de assistir. Nem tudo que a Globo faz é tão ruim assim, recordo-me agora da série “Capitu” que era um retrato sensacional da obra de Machado de Assis: “Dom Casmurro”, uma interpretação viva dentro de um quadrado midiático, foi perfeito e valeu a pena assistir, mesmo que eu tenha perdido alguns capítulos. Lembro-me também de “Hilda Furacão”, série protagonizada por Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio, atores que, além de brilhantes, são lindos. Eu ainda era muito jovem, mas lembro de que gostava de “Maria Moura”, uma configuração perfeita da obra homônima de uma de minhas autoras favoritas: Rachel de Queiroz. Sendo assim, espero que, na novelinha das onze, a Globo implante algo, realmente, válido da obra de Jorge Amado. Penso que seja difícil fazê-lo, já que o público dessas novelas não é lá... “essa Coca-Cola toda”. Tenho certa esperança, pois a última novela desse horário, “O Astro”, foi uma imbecilidade ‘que só’, no entanto o final foi interessante quando a emissora ousou e inseriu “Realismo Mágico”, transformando o personagem de Rodrigo Lombardi em um pássaro, isso fez lembrar as novelas de antigamente, algo que não é da minha época, infelizmente. Enquanto isso, vamos acompanhar a Balzaquiana, Juliana Paes, no papel de ninfeta e ver se ‘a gente’ que “não quer só comida...” tira algum aprendizado disso. Recomento, todavia, a leitura do livro.


Imagem: Google



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“... Meus heróis morreram de overdose. Meus inimigos estão no poder...” (II)

Posted by Blogueira on 18:26 in

Todos são anti-heróis. Mas o que seria um anti-herói? Quase todos pensam que anti-heróis são, na verdade, vilões, mas não é bem por aí. Um anti-herói não é, necessariamente, mau, mas também não é, necessariamente, bom. Para se ter uma noção, em alguns estudos, Batman e Homem-Aranha são considerados anti-heróis e não heróis de fato. Isso os transforma em vilões? De maneira nenhuma! O que fica caracterizado é a questão de não serem apenas jovens bondosos e humanitários. Eles agem por um motivo pessoal, sendo assim, movidos por sua própria vaidade. Por exemplo, todos sabem que o Homem-Aranha sempre foi frustrado por ser um jovem criado pela tia e ter presenciado a morte do próprio tio, que havia lhe criado como filho. Homem-Aranha tem, portanto, um objetivo pessoal, prender assassinos como o assassino de seu tio. Outro exemplo a ser considerado é o Batman, um homem da elite que não suporta fazer parte dela e age fazendo justiça com as próprias mãos sem nenhum poder fantástico, apenas recursos financeiros que lhe permitem ter em mãos a mais sofisticada tecnologia.





Afirmo, sem medo de estar errada, que a raça humana é anti-heroína. Sempre falo isso para as pessoas. Outro dia, uma senhora (ex-aluna “EJA”) me disse que não faz nada por interesse. Então eu lhe perguntei: Por que você está nesta sala de aula? Ela respondeu em tom desafiador: Para aprender e me formar! Eu, calmamente, contra argumentei: Então, pelo menos dois interesses pessoais você tem: o primeiro é aprender e o segundo é obter um diploma. É claro que ela tem muitos outros interesses pessoais na vida, mas preferi não adentrar neste mérito, já que não obtive uma tréplica. É engraçado como ninguém quer ser anti-herói. Penso assim: Se fulano ou beltrano quer ser herói, que abra mão da família, dos amores, dos bens materiais e vá viver em prol dos outros, afinal, essa é a atitude um herói. Posso dizer, entretanto, que nunca tive a oportunidade de conhecer, pessoalmente, nenhum herói. Já ouvi falar... Conhecer, mesmo, ainda não tive a honra. Também não concordo com algumas designações. Por exemplo, sempre ouço alguém falando que Ayrton Senna foi um herói (risos). Acho cômico, pois o cara era competidor de um esporte elitista, que são pouquíssimos no planeta que terão a oportunidade de praticar e não fazia nada por ninguém, além dele mesmo. Suas funções se resumiam em competir e namorar mulheres lindas e famosas. Isso não é heroísmo. Nem bons em esportes esses caras do automobilismo são. Basta observar o caso do Schumacher, lhe deram um carro bom e ele ganhava, lhe deram um carro ruim e ele não ganha mais. Outro caso engraçado é quando alguém passa por um momento difícil e sai ileso. Lembro-me do caso dos mineiros que ficaram soterrados numa mina do Chile, saíram mais magros, mas sobreviveram. Todos os noticiários bradavam: Heróis! De quem eles salvaram a vida, a não ser a deles próprios? Também não vejo como heroísmo. E, para completar, cito o caso dos fortões e piriguetes do BBB (Reality show Big Brother Brasil) que são chamados o tempo todo de heróis pelo apresentador do programa, sobre este fato nem vou comentar, apenas rir.





Quero deixar claro que, ao longo da vida, as pessoas poderão ter atos de bravura com o próximo. Em segundos, se transformarão em heróis e em pouco tempo serão esquecidas e retornarão à condição humana. Atos e omissões, coragem e covardia, raiva e amor. As pessoas sempre serão movidas por sonhos, os seus próprios e poucas vezes do outro. Estarão sempre em primeiro lugar e, raramente, se colocarão no lugar do outro. Serão sempre anti-heróis, mas não excluo a possibilidade de existirem, em algum momento, razões e sonhos que não são os delas mesmas. Apenas em curtos intervalos poderão ser chamados de heróis, serão algumas vezes lembradas, mas no mais das vezes, serão esquecidas, pois não posso esquecer de que quem lembra e esquece também é humano, por isso toda fé é duvidosa e toda idolatria tem limite.




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