Resignada
Texto produzido em 2009
Se este blog ainda não é um diário, hoje ele será.
Sinto-me tão cansada, não sou tão jovem, não sou tão velha, enfim, nada erótica. (Isso eu sei)
Eu disse a alguém que havia estipulado um prazo para sair da crise, que eu nem sei se é uma crise, ou um estado de espírito, mas, certamente, é algo que cansa demais. Esse alguém me disse: “que bobagem...”. Insatisfeita com a frase, perguntei: “o quê? A crise?” Ele disse: “Não! Você tem todo direito de estar em crise, e sem prazo!” Eu disse a ele que adorei a frase, era a mais terna que eu tinha ouvido até o momento, e também até agora.
É difícil ser honesta, é difícil demais ser tão crítica, não com as pessoas, pois acho até que sou muito pouco, em comparação com aquilo que costumo observar, mas comigo mesma. O mais incômodo é quando você começa criticar a si mesmo, porque criticar aos outros é fácil, muito fácil, faça o teste. De repente, você começa a enxergar o que antes não via em si mesmo, e isso começa a pesar, porque quando alguém enxerga você até tenta discordar, mas quando você enxerga é diferente, mas acima de diferente, é dolorido. Mas isso não quer dizer que eu pretenda mudar.
O fato é que às vezes eu queria me exilar, para onde? Eu não sei, não sou muito ligada à política, se fosse, eu poderia cometer um crime político e algum país poderia me receber (ando lendo sobre ditadura). Falei para minha mãe que se eu conhecesse pessoas fortes eu ia montar uma equipe, assaltaria um banco, por exemplo, ela fechou a cara e discordou veementemente (claro, ela não poderia concordar com uma insânia dessas, além de não ser um crime político...). Então, eu disse a ela que poderia ficar tranquila, pois eu só conhecia pessoas fracas, nenhuma mente brilhante para ser o chefe da equipe, já que eu não levo muito jeito para ser líder, nem se for líder de torcida (cargo que acho ridículo, por sinal). Desculpem, é que eu não resisti a comparar algumas pessoas às líderes de torcida, desculpem mesmo! Ai Deus! Como sou irônica... É que no Brasil, um biquíni cavado, uma minissaia e um salto alto fazem toda a diferença. Inclusive, alguns alemães que vieram ao Brasil a passeio, trocaram de roupas dentro de um aeroporto, foram presos e se justificaram dizendo que achavam que não estavam infringindo a lei, levando em consideração a maneira como as pessoas se vestem aqui (huahuaha, sim, isso é uma gargalhada). Eu sei que é antipatriótico, mas eu concordo com o gringo. Enfim, sem mentes brilhantes me circundando e minha própria mente vazia ao extremo. Contento-me, então, com a insignificância dos seres e aceito mais uma vez a minha condição. Mais uma vez resignada.
Imagem: Google
A magia da leitura
A leitura é um processo interativo, em que o sentido de um determinado texto é construído pelo leitor a partir de seus conhecimentos prévios. Pode-se dizer que esses conhecimentos englobam conhecimentos linguísticos, textuais e de mundo. Este último abarca a vivência do leitor. Portanto, o leitor faz um esforço inconsciente para compreender um texto. Com isso, quero afirmar que a relação autor/leitor é provocada pelo objetivo ou interesse do leitor pelo texto que pretende ler. Sendo assim, o autor é aquele que detém a palavra e o leitor precisa “se deixar levar” pelo texto para que possa, assim, fazer um reconhecimento global do texto que possui em mãos. Será que alguém ainda duvida que leitura é algo mágico?
Imagem: (Google)
Reflexões...
Quanto mais eu (sobre)vivo, mais tenho vontade de me afastar da raça humana. Sei que não é possível. Quisera eu que fosse. Mas, às vezes, as pessoas machucam umas as outras, não percebem, e, o pior, ainda pensam que estão certas e que carregam consigo verdades absolutas. Pergunto-me diversas vezes o porquê, mas não encontro respostas. Talvez até porque não existam respostas. A raça humana é assim. Ponto final.
Não quero com isso afirmar que sou perfeita, pois, exatamente por ser humana, sou um tanto quanto errante. Não me candidato a nenhuma vaga de canonização do vaticano. Não almejo cargos santos e inatingíveis. Certos humanos da raça envergonham, é necessário escrever isso. São pessoas comuns, nada possuem de atroz, entretanto, por dentro, cheiram fetidamente. Não dá para descrever. São podres. A mágoa que fazem ecoar de dentro de outros da própria raça é enorme, machuca etc e tal. Não posso, de toda a forma, condená-los. Afinal, sou da mesma raça. Não há vergonha ou orgulho. Sou.
(Imagem: Google)
"Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe?" (Caio Fernando Abreu)
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- Blogueira
- Professora frustrada. Esportista fracassada e com leve declínio ao sedentarismo. Amante de Literatura, Cultura e Arte. Em geral, amo tudo que ninguém consegue entender.