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Elas voltam?

Posted by Blogueira on 20:51 in


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Certo poeta me diria que as borboletas voltam para o seu jardim e que não é preciso correr atrás delas. Tudo bem! Para não falarem que sou pessimista prefiro acreditar que elas voltam. Mas no fundo sempre duvidei... Acho, sim, que podem até voltar, mas não porque você correu ou deixou de correr atrás. Voltam por outros motivos... Talvez uma asa machucada, cor desbotada, antena quebrada, medo da chuva, medo de ir para outro jardim ou, quem sabe, nem saibam que existem outros jardins mundo afora, até mesmo expulsão de um outro jardim por outras borboletas, fim da vida... Tantas coisas. Tantas coisas... E, tantas vezes, a gente se pergunta se é mesmo o jardim certo para alguma borboleta pousar. Nunca vi jardim sem borboleta, mas já vi muita gente sozinha. Triste, não é? Essa coisa de borboleta mal criada, ingrata ou burra. Tem tanta gente assim também. Está certo, as borboletas voltam, mas os jardins também já não são os mesmos; o tempo passa, as flores murcham, outras borboletas aparecem, a terra seca e o jardim também morre.
(Imagem: Google)

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Argumentos Fracos

Posted by Blogueira on 20:09 in


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Estava eu, sentada e quieta, no fundo da sala (como de costume). A professora mostrava uma proposta de redação de uma faculdade, que era mais ou menos assim: “Redigir uma carta em que o funcionário justifique não poder ir para o interior assumir uma filial da empresa em que trabalha, após, em outras ocasiões, ter dito que, se a empresa algum dia precisasse, ele teria disponibilidade para tal. Sendo assim, o que o candidato ao vestibular deveria fazer era justificar o fato de não poder ir para o interior, alegando um bom motivo, é claro”. Daí, ela mostrou o texto do candidato, que justificou a sua não ida para o interior alegando estar apaixonado e ter-se envolvido com uma mulher com a qual pretendia investir na relação. Particularmente, eu achei a forma de argumentação muito fraca, não que o motivo não fosse importante (para o sujeito da carta). A professora então nos pediu que avaliando apenas a argumentação que nota daríamos à redação, desprezando a Gramática Normativa, então ela perguntou: “Quem dá 10?” Alguns, iludidos com o amor e desprezando as boas formas de argumentação, levantaram a mão, então a professora foi perguntando até chegar na nota que eu daria, que era um simplório 6. Eu, juntamente com mais duas pessoas coerentes, levantei a mão, porque, de fato, os argumentos eram fracos. Uma "colega" disse: “Só gente mal amada!” Então eu disse: Mal amada ou não, os argumentos são fracos e me desculpe, contra argumentos fracos não há argumentos. Outro "sujeito" me acusou: “Você não acredita no amor!” Eu contra argumentei: Acredito! Mas os argumentos são fracos, e eu não estou julgando o direito do cidadão de amar, e, sim, uma redação com argumentos fracos. 'Ainda bem’ que foi apenas uma discussão paralela e que a professora não ouviu, mas teria me dado razão como pude perceber com o que ela explicou sobre ARGUMENTAÇÃO. Você, querido leitor, deve estar aí se perguntando: E daí? E eu respondo: Não basta amar, é preciso bons argumentos.
(Texto produzido em 2009)

(Imagem: Google)

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“500 dias com ela” e a minha própria idiotice

Posted by Blogueira on 20:11 in

Quando assisti ao filme “500 dias com ela” eu havia acabado de perder um amor platônico. Se é que, de alguma forma, isso é possível. Fiquei instigada a assistir ao filme, pois li uma resenha de um aluno que falava sobre o mesmo, já que minha função tem se resumido, no momento, a corrigir redações de alunos do Ensino Médio. Trata-se de um cara que se apaixona e uma mulher que não se apaixona, é nesta perspectiva para lá de comum que o filme se passa. Ao assistir “500 dias com ela”, entretanto, fiquei surpresa com a qualidade da narrativa e cativada pela ordem em que os fatos foram narrados para o espectador. Durante todo o filme me identifiquei com a história, mas isso pouco importa, já que minha vida é ‘tão água com açúcar’ quanto uma comédia romântica (mas sem final feliz, talvez porque não tenha chegado ao fim). O que importa é que o filme é muito bem montado e faz algo que considero singular: faz a ficção parecer, nitidamente, realidade. Ao terminar de ver, depois de uma sessão de choro, o que foi lamentável e eu nem deveria contar isso para alguém, decidi ler algumas críticas a respeito, como sempre faço. As críticas são de alto nível, ou seja, eu estava certa sobre quase tudo o que vi. No dia seguinte, saí indicando o filme para um bando de mulheres melancólicas, acreditando que a narrativa, de alguma forma, pudesse revelar nelas o mesmo sentimento que revelou em mim; de que a vida não é perfeita e nem sempre ou quase nunca há final feliz. Nenhuma das pessoas, para quem recomendei, gostou, mesmo assim, insistente que sou, decidi indicar esse belíssimo roteiro romântico para as pessoas que estão com dor de cotovelo, seja ela aguda ou crônica. Aproveite a oportunidade, chore bastante e coloque a culpa no filme. Ou chore de raiva e coloque a culpa em mim por perder algumas horas vendo um filme ruim.



(Imagem: Google)

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