Se pudéssemos ver a Terra lá de cima
No Brasil, existe apenas um astronauta. Parece estranho só ter um quando, na verdade, é o sonho de toda criança ou quase toda. Eu mesma nunca sonhei em ser astronauta. Mas hoje vejo o quanto é mágica a possibilidade de um astronauta. O que Marcos Pontes viveu, nenhum brasileiro, se quer, pode imaginar, pois é grande demais.
Assisti, há algum tempo, a uma entrevista de nosso astronauta e as falas desse grande homem me marcaram, ele disse algo do tipo: Vendo a Terra lá de cima, temos consciência de que não somos nada, ao mesmo tempo podemos nos sentir muito especiais por termos um lugar único reservado no universo. Não sou capaz de expressar o peso dessas palavras, pois são muito fortes.
Infelizmente, nós (raça humana), indivíduos únicos no universo, escolhemos caminhos estreitos demais, relacionados à mediocridade. Invés de nos preocuparmos com problemas humanitários, estamos atados aos nossos rudimentares sentimentos intrínsecos. É mais importante a roupa de marca do que o meu semelhante fazer uma refeição diária. Ainda bem que retornaremos ao pó, não merecemos mesmo ser eternos, não valemos os medianos setenta anos que vivemos que dirá a eternidade...
Acredito que se todos tivéssemos a mesma oportunidade de Marcos Pontes, poderíamos chegar a uma evolução maior em que o ‘ser’ contasse e valesse, realmente, mais do que o ‘ter’. Entenderíamos que os nossos desejos internos são, enormemente, pequenos perante os verdadeiros problemas da humanidade. Acredito que o meu semelhante assim como o universo seria algo, incondicionalmente, mais importante do que a última moda da vitrine.
Imagem: Google.