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Conheço poucas pessoas humildes
Uma das atitudes
que mais me encantam no ser humano é a humildade (não estou falando em termos
financeiros). Mas é engraçado, pois não me considero uma pessoa humilde. Infelizmente,
conheço poucas pessoas humildes... A maior representação da humildade me vem da
ideia de que uma pessoa humilde não sabe que é humilde. A humildade não está
relacionada a uma tentativa nem à prática, é algo intrínseco.
Aquele que é humilde nada se
parece com um ser inferior. Ao contrário, um ser humilde demonstra, sem
perceber, enorme grandeza perante os demais, pois sua conduta permite alcançar
o que quase ninguém consegue: a superioridade espiritual (ou seja lá o nome que
se dê àquilo que não podemos ver, apenas sentir). Enquanto os demais se matam
investindo numa queda de braço sem fim para se tornarem, superiormente,
reconhecidos, os humildes apenas vivem suas vidas de forma a reconhecerem suas
limitações.
Estamos sempre presos nas
estatísticas daquilo que seremos ou daquilo que somos. Mas nunca sabemos onde
estamos indo e até aonde vamos chegar, já que a vida não oferece garantias,
apenas surpresas agradáveis ou não. Eu sempre busco por pessoas humildes, pois
elas sempre me acrescentam mais do que qualquer livro, filme ou viagem. Na
verdade, é uma tremenda viagem estar próximo de uma pessoa humilde. Mas são
raras, difíceis de encontrar. A maioria de nós, espécie humana, já tem o ego
virado e revirado e somos, praticamente, incapazes de modificar nossa essência.
Com minhas breves palavras
não pretendi dizer que uma pessoa humilde é perfeita. O que me parece é que uma
pessoa humilde se reconhece imperfeita, limitada e finita. Parece-me estranho,
mas nos esquecemos, na maior parte do tempo, de que somos finitos. De que tudo
é passageiro. De que nosso tempo é limitado e que, querendo ou não, um dia
teremos nossos egos esmagados. Um dia não seremos mais lembrados e pouco
importará quem fomos o que possuímos durante nossa breve existência.