A arte de tolerar requer mais do que prática, requer treinamento mental
Não acredito ser possível a tolerância sem um treinamento diário, pois se não tenho preceitos para tal, certamente, não serei capaz de ter uma conduta tolerante perante algo que não esteja de acordo com aquilo que posso compreender. Enquanto carne, a fraqueza não é só uma questão espiritual, ou para os incrédulos, mental. Somos capazes de atitudes que nossa mente não quer, não precisa, mas, enquanto carne, nos desviamos da conduta correta.
Comparo a prática da tolerância aos estudos, pois se eu ler um mesmo assunto várias vezes ao dia, ao longo de certo tempo, com certeza absoluta, o dominarei. Sendo assim, se treino minha mente, diariamente, a compreender “o outro” como um indivíduo diverso a mim, serei capaz de tolerar seus defeitos, assim como tolero os meus. Não é um exemplo prático, pois todo texto é teórico, embora possa ser colocado em prática.
Defendo aqui a ideia de que a teoria da tolerância na virtualidade, no papel ou em palavras deve ser colocada em prática. Entretanto, para que isso possa ocorrer é necessário treinar a nossa mente, para que o nosso corpo possa agir de acordo com nossas vontades, pois se agimos de uma maneira diversa daquilo que professamos, nossos atos se tornam tão abstratos quanto nossos pensamentos.