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Então, não me rotule!

Posted by Blogueira on 22:51 in , ,

O sistema me rotula como professora disso ou daquilo, mas na hora “H” tenho que ser (rotuladamente) educadora? Não me importo em ser educadora, embora eu pense que essa tarefa é da família, não minha. Ora, minha forma de educar é diferente da forma de educar dos pais dos alunos. Ou me deixa educar do meu jeito ou, então, não me rotule!
Uma das frases que sempre adorava recitar nos trabalhos de faculdade era “Professor é profissão. Educador é vocação”. Mas hoje, na lida, não sou vocacional, sou impulsionada. Sendo assim, sou profissional. O que me impulsiona são as contas do fim de mês, os poucos planos para o futuro, o crescimento na carreira? Qual? A única forma de melhorar um pouquinho o salário é me tornando vice-diretora ou diretora, algo que jamais esteve ou estará nos meus planos (não nasci para cargos de comando). Não gosto de coordenar ou controlar uma situação e, mesmo que gostasse, vejo a forma de crescimento profissional na área educacional como uma fuga da sala de aula, não há outra forma. Por que eu não pensei nisso antes? (risos)
Conheci uma professora muito amargurada com a carreira, eu sei que não sou assim e jamais serei. Muitas coisas não me agradam, mas não vou passar a vida me lamentando, nem vou assumir posturas que não fazem parte da minha personalidade. Por exemplo, para organizar uma feira de cultura, o vice-diretor disse que quem vai ficar com o “trabalhão” mesmo é o professor e, não, os alunos. Então, qual o propósito da feira, já que os alunos não terão trabalho e, sim, os professores? Fazer uma feira por fazer? Aí surge aquele discurso: “vocês são educadores”. Uai, eu não era professora? Na verdade, essa função de professora só surge na hora dos servicinhos burocráticos e, é claro, na hora do pagamento! Sim, acredito que os professores têm que ser criativos para, assim, estimular a criatividade dos alunos, mas não para criar no lugar dos alunos.
Não estou decepcionada, não é essa a palavra. Estou apenas, tremendamente, desconectada com algumas funções a mim impostas. Sou humana, não sou máquina. Estou contrariada, mas, infelizmente, minha contrariedade, apenas irá dificultar o trabalho a ser feito. 




 Quero recomendar dois filmes interessantes: “Entre os muros da escola”: um documentário francês que mostra a rotina de um professor dentro de sala de aula. Na época em que assisti ao filme, achei terrível a rotina do professor. Atualmente, diante da minha realidade, acho que é bem melhor dar aulas na França do que aqui. O segundo filme é “Verônica” (um filme nacional), que narra a saga de uma professora heroína, a qual passa por cima de tudo e todos para salvar a vida de um de seus alunos. O filme é um caramelo na boca daqueles que ainda veem a profissão de professor como algo compensador. Ah, e boa sorte para todos os futuros espectadores dos filmes, pois, com certeza, quem se interessar em assistir deve ter algum interesse em lecionar. Então, boa sorte antecipada!

Imagens: Google


5 Comments


Este comentário foi removido pelo autor.

De fato, concordo quando diz que a família é que educa e que a função principal do professor é passar conhecimento, contudo, acho que nos inserimos muito cedo na escola, aos 5/6 anos e para nós, quando pequenos, aquele local, torna-se uma segunda casa. Portanto nesse período escolar inicial, eu acredito que os professores tem um papel (secundário) em nossa formação, sendo educadores.
Sei que só quem está lecionando atualmente, é que sente na pele, os apuros da profissão, e como, hoje, as vezes é agoniante estar em sala de aula. Digo que os professores tornam-se professores, por amar dar aula, pois se fosse pelos salários e pela circunstância decadente, nenhum o faria. Não é à toa que hoje, a demanda de professores é bem menor. Pra mim, vocês são verdadeiros mestres, que precisam e devem ser reconhecidos. Contudo, o governo não investe no futuro profissional dos discentes. E como você mesmo ressaltou (o que eu gostei bastante), a forma de crescimento na educação está fora da sala de aula.
Sobre os filmes, assisti "Verônica" e gostei bastante. Acho que essa luta que ela realiza para com o menino, também pode ser comparada à luta que os professores realizam todos os dias, na escola. Sim, na minha humilde opinião, ser professor, é uma grande luta!


Verônica é um grande filme brasileiro, adoro... e sobre a educaçã, sim os pais são a grande maneira de ajudar as crianças terem algum futuro, professor apenas ensina o que lhe convém, mas a vida está muito confusa ultimamente... dificil estabelecer regras.


Verônica é um grande filme brasileiro, adoro... e sobre a educação, sim os pais são a grande maneira de ajudar as crianças terem algum futuro, professor apenas ensina o que lhe convém, mas a vida está muito confusa ultimamente... dificil estabelecer regras.


Assisti ao sensacional Entre os Muros da Escola na minha primeira aula de Docência, se não me engano! Eu, particularmente, tenho sentimentos conflitantes a respeito desse dilema educador/professor. Acho, sim, que o professor deve ser um educador. Só não acho que essa responsabilidade deva ser só dele, o que anda acontecendo com certa frequência há algum tempo, infelizmente. :/

:*

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