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“Onde vivem os monstros” (E os seus?)

Posted by Blogueira on 22:53 in


Sentei-me ao lado da cama para assistir um filme com meu sobrinho. Imaginei que fosse mais um daqueles intermináveis filmes infantis que meu sobrinho, geralmente, me convida para assistir com ele. No entanto, tive uma das melhores surpresas que poderia ter relacionada a filmes. “Onde vivem os monstros” é uma adaptação do livro homônimo de Maurice Sendak que ainda não tive a oportunidade de ler, mas dizem que se pode ler em poucos minutos. Apesar de eu ter considerado o filme um drama fortíssimo em relação aos sentimentos mais intrínsecos do humano, posso dizer que foi um retorno à minha infância. Sim, àquela parte solitária que toda criança possui, e, algumas, por mero perfil rotulado do infantil nem aparentam possuir. Bati de frente com meus próprios conceitos e angústias. Há quanto tempo um filme não me despertava algo assim? Nem posso contar... Lá se vão muitos anos de afastamento de uma infância vivida, e, aos poucos, consumida pela passagem feroz do tempo que insiste em devorar cada pedacinho que restava daquela melhor parte de mim: a infância. “Onde vivem os monstros” é o exemplo concreto e sincero de tudo que me constroi, uma confusão de sentimentos, que mais parecem monstros quando as pessoas não sabem como lidar com eles, estando na infância ou no agora.



(Imagem: Google)


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Um passeio pela vida num final de semana.

Posted by Blogueira on 19:15 in


Abro a janela e não vejo flores. Mas também eu nem plantei. Assinalo um oi para o meu rosto no espelho, ele em troca me devolve o breve aceno. Estamos quites! É hora do café, mas ele me parece amargo, é mais fácil culpar o adoçante do que minha dosagem insuficiente. O pão parece mal dormido, mas falo mal do padeiro ruim de serviço. Não sei quem me serviu aquele desjejum ruim e sem sabor. É hora de me despedir da mesa de refeições, o meu melhor lugar, o meu lugar mais íntimo. Deparo-me com a chata televisão, penso em apertar o botão de ligar, mas reluto ao relembrar da pouca novidade, do pouco acontecimento. Abro o livro, há muito, atrasado na leitura, mas ele me parece repetitivo e enjoativo. Durmo! O sofá me parece agora melhor que a cama que havia me castigado com pesadelos chatos e constantes, recheados de lembranças que só quero esquecer. Acordo! Encarar o resto do dia me enche de ansiedade e me faz querer fugir. Pego a chave, abro o cadeado, saio sem destino pelas ruas cinzentas dessa cidade, que mesmo durante o dia me parece escura e carregada de uma melancolia constante que eu não sei de onde vem. Quero esquecer tudo. Mas é hora de voltar. A casa me espera mais do que as pessoas que lá estão, que nem devem ter notado minha breve ausência. De ausência entendo bem. Volto! Chega a noite e quase tudo me parece igual. Fechar os olhos, dormir e acordar. Abro a janela e...





(Imagem: Getty Images)


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