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Enxurrada de adversativas

Posted by Blogueira on 22:21 in
Um fenômeno interessante que as eleições trouxeram para as redes sociais foi a enxurrada de orações coordenadas sindéticas adversativas. Ora! Eu e essa minha mania de ler nas entrelinhas os discursos preconceituosos, racistas e, na melhor das hipóteses, com ares de certa superioridade...
Colhi várias dessas orações e, com certeza, futuramente, serão trabalhadas em sala de aula. Acredito na importância de estimular os alunos a refletirem sobre exemplos como: “Não tenho nada contra gays, porém.../ Acho que os professores têm que lutar por seus direitos, no entanto.../ Não estou falando que quem vota em determinado candidato é burro, mas.../ Acho que sou a favor das cotas em universidades, contudo...” Mais do que prestar atenção no que as pessoas escrevem ou dizem, é preciso observar a quem elas tentam convencer, se a si mesmas ou aos outros.
É válido observar o posicionamento que tomamos e nossas ações. Claro que em um texto devem aparecer esse tipo de oração, mas neste momento estou falando do discurso (das entrelinhas...). O que as pessoas expressam por meio de palavras costuma dizer muito sobre elas, assim como a gestualidade, o modo como se relacionam, a maneira como se vestem etc e tal. No meu caso, prefiro observar o sentido implícito em cada contexto.

Para relembrar: De acordo com a gramática normativa de Pasquale e Infante (2001), “Orações coordenadas sindéticas adversativas exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior, estabelecendo contraste ou compensação. A palavra adversativa é da mesma família de adversário, que, como você sabe, significa opositor. A conjunção coordenada adversativa típica é ‘mas’; além dela, empregam-se ‘porém, contudo, todavia, entretanto’ e as locuções ‘no entanto, não obstante’.”

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Sem decepção!

Posted by Blogueira on 14:07 in ,
Decidi meditar sobre a palavra decepção. Tenho um motivo para tal, pensei que estava decepcionada com alguém. No entanto, a razão me trouxe a certeza de que não tenho esse direito. Não sou muito boa com as palavras quando estou triste em relação a algo (tristeza tenho o direito absoluto de sentir). Por isso, não sei se conseguirei expressar o que, de fato, pretendo. Seguem abaixo três fatores sobre eu não ter o direito de me decepcionar.
Em primeiro lugar, é preciso refletir: por que me sinto no direito de me sentir decepcionada com alguém? Percebi que eu só me senti decepcionada porque eu mesma (a única culpada) construí expectativas em cima de uma outra pessoa. Quando construí tais expectativas, talvez eu tenha criado uma pessoa que nunca existiu, transformei alguém comum em alguém especial. Erro grave! Não estou aqui afirmando que essa pessoa seja ruim, mas é uma pessoa normal, como outra qualquer... Projetar uma imagem diversa àquela que a pessoa, verdadeiramente, possui é o primeiro grande passo para um futuro decepcionante.
Num segundo momento, posso afirmar, com absoluta certeza, que, de uma forma ou de outra, alguém já se sentiu no direito de se decepcionar comigo. Por qual motivo? Certamente por ter projetado em mim expectativas inexistentes, imaginárias, portanto! De quem é a culpa? Minha? Não! Não sou culpada por alguém construir uma imagem sobre mim. É até estranho falar em culpa, sendo que ninguém está sendo condenado. Mas, como em tudo na vida, é preciso culpar algo, que a culpa seja de quem criou expectativas. A situação aqui explicitada é inversa à situação do parágrafo anterior. Ou seja, em algum momento da vida, isso poderá ocorrer com qualquer pessoa.
O terceiro fator que me leva a crer que não tenho o direito de me decepcionar é a questão da auto vitimização. Quando me coloco na posição de vítima, certamente pensarei que todas as pessoas são causadoras de um sofrimento que é meu, exclusivamente meu. Sendo assim, percebi que não devo me sentir uma vítima, simplesmente porque me sinto triste pelo fato de as coisas não terem saído de acordo com a minha vontade. A auto vitimização não vai me fazer progredir.
O tempo e a vida me ensinaram a refletir sobre isso. Acredito que eu nunca tinha conseguido pensar de forma tão ampla sobre até aonde vai o meu direito. É claro que ter essa lucidez não me imuniza de sofrer, mas cicatriza melhor as feridas. Mas... o lado bom de tudo isso é que qualquer das minhas frustrações jamais me impedirão de acreditar em novas pessoas, porque eu sei que as pessoas são diferentes umas das outras. Não estou imunizada, ninguém está imunizado de mim. E eu não vou desconfiar de todos, ao contrário, confiarei com a ideia de enxergar a realidade, não apenas o que eu quero enxergar.


Decepção


Decepcionar


Refletir

 




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É importante ouvir

Posted by Blogueira on 22:02 in , ,
Tenho percebido o quanto as pessoas querem falar, mostrar seus conhecimentos de nada e coisa nenhuma, poucas pessoas estão, de fato, interessadas em ouvir alguém. Ou seja, até que ponto estão dispostas a aprender ou a conviver com alguém? Até que ponto acrescentam e ensinam? Acredito que seja muito difícil conviver com pessoas que mal deixam que se articule uma frase sem que antes interrompam o interlocutor. Tal atitude é, absurdamente, cansativa!
O que me levou a divagar sobre a situação do meu enfado em relação a alguns foi o fato de que muita gente, muita gente mesmo, tem se tornado óbvia demais para mim. Às vezes, até me incomoda, outras vezes, rezo para que ninguém estabeleça um diálogo comigo, muitas outras vezes, sou indiferente ao que está sendo dito, pois sinto que não tenho nada a aprender com gente vazia. Vazia de conteúdo, vazia de sentimento, vazia de assuntos que valham a pena serem discutidos e, gastar saliva lutando para argumentar, não é o meu forte.

Tenho muitos defeitos, mas sou uma boa ouvinte, entendo quando alguém precisa desabafar ou, simplesmente, explanar uma ideia sem interrupção. Não quero convencer ninguém a domesticar sua conduta quando alguém está falando. Mas é sempre bom lembrar que todo mundo tem um dia de tristeza, um dia muito bom, um dia muito ruim, um dia de desânimo, um dia de entusiasmo, um dia feliz, um dia normal... É sempre bom ficar atento, pois alguém tem sempre algo a dizer. Deixar as pessoas falarem é importante para quem ouve e para quem fala, mas só falar é importante para quem? Pensar em conjunto é sempre válido, respeitando, é claro, o momento de cada qual.

Ouvir


Respeitar


Pensar em conjunto


Ouvir e falar



Imagem: Google

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Palavra transparente - God not is Dead e sua única perspectiva!

Posted by Blogueira on 11:11 in
Não sei por qual motivo decidi assistir God not is Dead (Deus não está Morto). Não sei se li em algum site que era um filme bom ou se alguém me indicou. Não lembro mesmo o motivo que me levou a perder uma hora e cinquenta minutos na frente da TV.
O nome é, certamente, atrativo. Em alguns momentos, o filme gera uma boa discussão, mas um espectador atento não demora muito a perceber que apenas um lado dos argumentadores tem respostas para tudo. Que lado é esse? O cristão, claro.
O filme é uma tentativa de evangelização que nada mais faz do que impor os seus conceitos para aqueles que “ousam” discordar. Não passa de um método bem utilizado (por ser um filme bem produzido) para evangelizar ou fazer aqueles que são evangelizados darem total razão a tudo o que é exposto.
O filme mostra quatro pontos de vista: ateísmo, teísmo (através de outras religiões), agnosticismo e cristianismo. Exceto o cristianismo, todas são mal representadas e apresentam um discurso fraquíssimo. Ou seja, o filme molda o roteiro de acordo com o público: crentes... em Jesus. Fica clara a ideia de que qualquer outro tipo de crença não basta. O único caminho é seguir a Cristo! Dessa forma, toda boa produção do filme vai “por água abaixo”, pois a discussão não é imparcial, portanto, injusta!
Acredito que seja um bom filme para os crentes... em Jesus e que não tenham uma visão ampla e questionadora. Mas um assunto tão amplo como a fé, não pode ser reduzido apenas a uma perspectiva.



Obs: Sou cristã! Mas sou justa em minhas avaliações. ;)

#Filmefraco
#Godnotisdeadpoderiasermelhor
#Fésemquestionamentoéduvidosaouburra




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Palavra Transparente - A crença no outro

Posted by Blogueira on 11:18 in ,
Cada vez mais, é importante perceber que não devemos desprezar o potencial das pessoas. Devemos valorizar aquilo que elas podem vir a se tornar, e, não, apenas trabalhar com aquilo que elas são no momento.
Todas possuem habilidades, mas é impressionante como a maioria de nós só consegue enxergar as que estão ligadas em nós mesmos. O controle do ego é o grande limite entre aquilo que somos, aquilo que imaginamos ser e aquilo que imaginamos que os outros sejam.


Quando abrimos nossos olhos para o mundo e deixamos de nos voltar apenas para nosso reflexo no espelho, percebemos a infinita força da mente daqueles que estão ao nosso redor. A crença no outro é também a crença em nós, pois estamos, de inúmeras formas, conectados.



#valorizar

#valorizaroserhumano
#nãoolharapenasparasimesmo
#controledoego
#quebradoego
#nãoolharsomenteparaopróprioumbigo
#crescimento
#crescimentoespiritual


*Sei que blog não é lugar para hashtag, mas existe uma regra? Beijo aos leitores...

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Este é setembro

Posted by Blogueira on 14:23 in ,
O mundo gira, gira, gira... e eu acabo caindo no mesmo tipo de texto: falar mal da profissão. Estamos em setembro, mas, por mim, bem que já poderíamos estar em dezembro. Acredito que a vida das pessoas felizes não seja assim: um eterno desejar que o ano acabe logo. Sim, aqui eu me confesso infeliz profissionalmente. Talvez surjam pessoas com bons conselhos de mudança, mas mudar de vida vai muito além de apenas querer. Certamente, largar minha profissão neste exato momento não me trará nada além de prejuízo, pois não tenho como me manter a não ser trabalhando na minha infeliz escolha.
A questão é que quando chega esta época do ano (setembro/outubro) eu me transformo em uma pessoa, extremamente, depressiva. As aulas ficam piores de serem administradas e alguns “alunos” parecem brotar das profundezas do inferno, especialmente, para me atormentar! Especialmente para me mostrar que fiz a escolha errada e serei uma pessoa depressiva nos dias lindos de setembro, simplesmente, porque tenho que conviver com criaturas que estão ali (em sala de aula) para destruir a minha autoestima.
Não estou falando que o magistério é uma má escolha (que o escolha quem quiser). Este é um relato pessoal e intransferível. Esta é a minha experiência de vida. Esta é a minha história frustrante e chata. Quero mudar e vou. Prometo a mim mesma não me tornar uma senhora amargurada com a vida devido a experiências negativas que tive ao longo de anos que não interferi na minha história e, simplesmente, deixei de dizer não!!! Este é setembro, esta sou eu neste setembro; florido, lindo, ameno, espetacular, o mês do meu aniversário. Mas quero fugir! Para Londres? Paris? Suíça? Não, quero fugir de mim! Posso desistir da fuga, 'né'?


Abraço aos novos leitores e sejam sempre muito bem-vindos ao mundo de uma mulher balzaquiana, mas sempre sincera!




Setembro




experiência de vida




experiências negativas


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Sobre o livro "Como me tornei estúpido"

Posted by Blogueira on 21:41 in ,
[Não contém spoiler]


Todos deveriam ler o livro "Como me tornei estúpido", quem sabe assim,os estúpidos, seriam menos estúpidos? Falo da estupidez mais nojenta, aquela baseada na idiotice das mesmices, das coisas vãs e vazias. O livro de Martin Page trata, exatamente, disso. 
A idiotice é algo que finca como raiz em solo fértil, parece não ter fim, parece não diminuir. As redes sociais só têm aumentado a banalidade vazia das pessoas. Elas são vazias! Mas de quais pessoas falo aqui? As idiotas! Aquelas que proliferam imbecilidade o tempo todo, aquelas que se acham educadas, modernas, cultas, inteligentes e não têm nada a acrescentar. Falo dessas estúpidas e é disso que o livro fala.
O enredo apresenta um intelectual que não se preocupa com dinheiro e leva uma vida simples que resolve, a todo custo, tornar-se um imbecil. Ele consegue? Como se dá essa tentativa? O que é preciso para se tornar um idiota? O livro fala por aqueles que se sentem "estranhos no ninho", inclusive o filme "Um estranho no ninho" parece ser uma inspiração para o autor. 
Recomendo como forma de leitura crítica e criativa, apenas para mentes pensantes...


Imagem: Arquivo pessoal

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A política da falsa felicidade

Posted by Blogueira on 21:34 in , ,
Tenho alguns textos que falam sobre felicidade. Não que sejam mentirosos, mas nem tudo aquilo que sinto é o que faz parte daquilo que preciso expressar no meu dia a dia. Sentimentos são confusos e difíceis de serem sempre os mesmos. Por isso, ser feliz é diferente de estar feliz hoje ou amanhã.
Atualmente, existe uma política da falsa felicidade. As pessoas sempre fingem estar bem para fazer valer a máxima de que suas vidas são interessantes ou mais interessantes que outras. Digo isso por experiência própria. Como não tenho uma vida convencional, do tipo, sair, muitos amigos, amores, paixões, carro, profissão bem sucedida etc. e tal, as pessoas pensam que, por serem convencionais, e almejarem tudo que citei anteriormente, sou menos feliz do que elas. Bom, posso até não ser feliz, admito!  Mas elas também não são, mesmo almejando ou tendo tudo o que acham que precisam para serem felizes.
As pessoas que saem muito para a balada e que não têm um grande amor, acham que tenho que sair mais, e só assim poderei encontrar um grande amor. Então, por que elas ainda não têm um grande amor? Acham que eu deveria lutar para sair da minha profissão, outros acham que eu deveria trabalhar por amor, outros acham que eu nunca deveria ter entrado... Então, a quem devo ouvir? Como lutar por outra profissão? Como sair? Como nunca ter entrado, se já entrei? Tenha um carro, tenha amigos, tenha amores e paixões. Siga as regras e será como... eu! É o que me dizem... Mas ser como os que seguem as regras é ser feliz? Tudo não passa de mera maquiagem. Toda felicidade é feita de momentos. Nada é eterno. E me desanima, em muito, esse pensamento de lugar comum, de que a felicidade é uma certa ditadura.

Rivotril? Clonazepan? Paroxetina? Fluoxetina? Qual a fórmula? Eu não sei... Mas, certamente, não há de ser a de sempre... Porque parece não funcionar com todo mundo ou, pelo menos, parece funcionar só por um tempo. Eis a vida, eis a falsa política do contentamento imediato, eis a política da falsa felicidade...

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Filme "21 gramas"

Posted by Blogueira on 21:20 in

[Não contém spoiler]


O filme “21 gramas” é uma grata surpresa para quem gosta de filmes 'cult'. Vários fatores contribuem para que o espectador saia extasiado da frente da tela. Muitos elementos do mesmo me fascinaram, e não sei dizer o que mais me provocou.
Pensando, friamente, sobre o enredo, eu poderia dizer que se trata de três personagens com os destinos cruzados por uma tragédia. Mas a não-linearidade com que os fatos ocorrem faz com que não se possa piscar os olhos diante do que é exposto.
Inquietante, mas envolvente. Avassalador, mas reflexivo. Com certeza, “21 gramas” é o filme certo para qualquer pessoa atenta à banalidade da vida e às tragédias projetadas por ela (a vida). O título do mesmo é uma curiosidade relevante, já que se trata de uma licença poética referente ao peso da alma que sai do corpo após a morte de um indivíduo (hipótese, cientificamente, rejeitada).

Posso afirmar, sem dúvidas, que “21 gramas” é um filme feito para pessoas atentas e ao mesmo tempo reflexivas. Estou certa de que um acontecimento pode mudar e transformar a vida de várias pessoas. O destino interliga vidas, traçado ou não, é a única forma de interligar as pessoas.




Gênero: Drama
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Guillermo Arriaga
Elenco: Anastasia Herin, Annie Corley, Antef A. Harris, Arita Trahan, Arron Shiver, Barclay Roberts, Benicio Del Toro, Carlo Alban, Carly Nahon, Catherine Dent, Charlie B. Brown, Charlotte Gainsbourg, Claire Pakis, Clea DuVall, Danny Huston, David Chattam, Denis O'Hare, Dorothy Armstrong-Miles, Eddie Marsan, Hai Quang Tran, Jeff Schmidt, Jennifer Pfalzgraff, Jerry Chipman, John Boyd West, John Rubinstein, Juan Corrigan, Keith Lamont Johnson, Kevin Chapman, Lew Temple, Lisa Sanchez, Loyd Keith Salter, Marc Musso, Melissa Leo, Michael Finnell, Naomi Watts, Nick Nichols, Pamela Blair, Paul Calderon, Randall Hartzog, Roberto Medina, Rodney Ingle,Sean Penn, Sharon Bishop, Stephen Bridgewater, Teresa Delgado, Tom Irwin, Tony Guyton, Tony Vaughn, Trent Dee, Tricia Branch, Verda Davenport, Wayne E. Beech Jr.
Produção: Alejandro González Iñárritu, Robert Salerno
Fotografia: Rodrigo Prieto
Trilha Sonora: Gustavo Santaolalla
Duração: 125 min.
Ano: 2003
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio: Mediana Productions Filmgesellschaft / This Is That Productions / Y Productions

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Trecho do filme "O pequeno príncipe" e breve comentário

Posted by Blogueira on 23:23 in , ,




Uma das frases mais famosas do livro "O pequeno príncipe" é: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Bom, há muito tempo não me sinto cativada, então, como no mesmo livro há também a frase: "Você atrai aquilo que transmite", decidi rever meu comportamento.


Não sou um poço de candura, mas não trato ninguém com desrespeito ou indelicadeza, o problema é esperar que alguém seja capaz de retribuir a sua delicadeza. Ainda assim, percebi que eu estava levando a vida muito a "ferro e fogo", no pior sentido: "bateu, levou". Sendo assim, eu estava tendo um comportamento agressivo, talvez sem necessidade, talvez sem valer a pena. Decidi mudar, decidi ser melhor. Mas cada vez que se tenta ser melhor aparece um novo obstáculo no caminho. Isso cansa um pouco, mas pretendo me esforçar. Quero, verdadeiramente, compreender que "o essencial é invisível aos olhos", não apenas em palavras, mas sentir profundamente.


Não me canso de ver esse trecho do filme, é uma das partes mais lindas do livro também. Fácil compreender, difícil aplicar, difícil ser tão profundo em meio a pessoas tão rasas. Não esperar nada em troca pode, muitas vezes, ser até fácil. Porém, o fato de não haver retribuição ainda me parece assustador. Sou humana. De carne e osso, inclusive.



Ficha técnica do filme completo:

ORIGINAL:The Little Prince (1974)


LIVRO DE:Antoine de Saint-Exupéry
DIRETOR:Stanley Donen
ROTEIRISTA:Alan Jay Lerner

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Uma fenda no tempo

Posted by Blogueira on 20:50 in




 Se o exercício de distração de Einsten sobre a possibilidade de viajar no tempo estivesse certo, eu ficaria feliz. Primeiro, voltar no tempo seria uma realidade. Segundo, voltando no tempo, inúmeras situações poderiam ser evitadas ou praticadas. No entanto, apesar de a realidade, muitas vezes, me parecer uma ilusão, ela é a única possibilidade que sou capaz de refletir sobre.
Acredito que, se as pessoas pudessem voltar no tempo, seria um privilégio de poucos, assim como as melhores tecnologias para usos domésticos e até mesmo na área da saúde. Voltar no tempo não seria algo democrático como a morte. Imagino uma espaçonave que o fizesse, quem teria acesso a ela? Tudo de melhor está destinado aos ricos. O mundo se divide entre aqueles que têm dinheiro e aqueles que não têm dinheiro.
Mas, sonhando, aqui neste blog, com a possibilidade de uma fenda no tempo... seria fantástico, não? Algo que a minha geração, nem a sua, caro leitor, jamais desfrutará. Voltar no tempo é tão inacreditável para mim quanto a existência de alienígenas. Posso afirmar que transcende ao que eu sou capaz de acreditar. Minha mente não é capaz de ver além. Por isso, penso que, caso existam alienígenas, é algo que ninguém nunca de fato viu. Por que as pessoas que afirmam terem visto alienígenas sempre os descrevem com traços razoavelmente humanos? Olhos, mãos ou patas, tronco etc. Algo sempre parecido com o que estamos acostumados. Se existissem alienígenas, seria muito complicado descrever. Pense, caro leitor, em descrever algo que nunca vimos antes... Missão complicada. Olhos, bocas, mãos, chifres, patas... e blá blá... me parecem invenções.

Voltando à fenda no tempo, imaginemos um candidato a voltar no tempo, sem a garantia de volta, sem a garantia de vida ou morte. Candidatos para ir à Lua ou Marte acho fácil. Mas candidatos para ir ao Sol? Complicado! Mesmo assim, continuo a pensar na questão de entrar em um canal e esse canal me conduzir a um mundo que eu já conheço, a uma realidade que já vivi. Sensacional! Ver a mim mesma, ver como eu era, sem ser a reflexão de um espelho ou uma foto. Dar de cara comigo. Dizer do que eu mudei. Dizer do que eu passei e de tudo que eu ainda não sei. Dar de cara com aqueles que amo, com os que se foram para outra dimensão, mas que, naquele momento, estão ali, diante de mim, poder abraçar aqueles que nunca tive coragem, corrigir os erros, jamais cometê-los. Regressar, viver o que a covardia não deixou. Na verdade, outra questão que vem à tona é: se eu voltasse no tempo daria de cara comigo ou poderia, novamente, viver a vida que hoje eu queria ter vivido antes? Mas voltar ao tempo resolveria a minha vida? A sua? De uma maneira geral, evitaria mortes, acidentes? Ou seria a vida seguidora de seu rumo? Um destino traçado? Quem pode saber? Quem poderá me responder? Duvido alguém. Imagino, ainda, dar de cara comigo agora com aparência de uns 10 ou 15 anos mais velha. Imagino, agora, se já não voltaram no passado e, por fim, este presente é o futuro modificado no passado. 

Imagem: Google

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É burrice!

Posted by Blogueira on 19:16 in
Tenho o hábito de advertir meus alunos quando dizem pérolas do tipo “truxe” ou “nós vai”. Talvez faça parte da minha função. No entanto, é muito deselegante algumas pessoas corrigirem outras em redes sociais devido ao mau uso da língua. Ou melhor, devido ao uso que os deselegantes consideram inadequado.
Como profissional, uma palavra, ortograficamente incorreta, não me incomoda tanto como erros de concordância ou falta de pontuação. Posso até estar equivocada, mas corrigir os erros gramaticais de outras pessoas é nunca olhar para si mesmo. Afinal, ninguém tem um dicionário e uma gramática normativa arquivados no cérebro. Seria bom se tivéssemos, não é mesmo?

Não cabe a nós, meros falantes da língua, apontar erros. Em se tratando da linguagem, tudo é possível, desde que o indivíduo se faça entender. É burrice normatizar a língua em um meio tão amplo como a internet!

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Todos deveriam ler “A Metamorfose”

Posted by Blogueira on 21:09 in , ,
Muita gente sabe do que se trata o livro de Franz Kafka: “A Metamorfose”, mas sei que pouca gente lê os clássicos. Enfim, inúmeras são as justificativas, mas nenhuma aceitável. Desprezando, momentaneamente, a parte intelectual da obra, afirmo que o enredo é, no mínimo, intrigante. Um jovem caixeiro viajante acorda, numa manhã comum, em corpo de um inseto gigante. Sua transformação mudará a sua vida e a vida de sua família no decorrer do texto impecável de Kafka.
Penso que acordar no corpo de um inseto gigante seria, realmente, um dos piores pesadelos. Mas,
muitas vezes, eu me sinto assim e muita gente também. É claro que sempre agradeço ao bom Deus por não ser um inseto gigante, mas inúmeras vezes me sinto como se estivesse no corpo errado e que minha vida não é real, penso: É sonho? Ou melhor: Que pesadelo é esse?
Ler “A Metamorfose” é transformador, tanto do ponto de vista literário, como do ponto de vista de uma pessoa que busca as respostas que jamais encontrará. Mas por que transformador se não me dá as respostas? Porque tudo o que me faz repensar e rever minha forma de encarar a vida e a vida me encarar é transformador (uma metamorfose, ouso afirmar), por mais que não sejamos capazes de perceber, algo nos modifica. É bom! É arte! É Franz Kafka!
Penso que o nome ‘A Metamorfose’ não poderia ter sido melhor, pois ocorrem duas metamorfoses evidentes na obra. Ou seja, duas transformações. A primeira é a mudança do protagonista, a segunda é a mudança das pessoas ao seu redor. Já que a vida muitas vezes imita a arte, gostaria muito que as pessoas não apenas percebessem a mudança uma das outras, mas que mudassem também, um pouco que fosse. A transformação é necessária. Quero aprender o sentido da vida. Quero me revelar para mim mesma, mas tudo é mais complicado se quem está ao nosso lado, que convive conosco, não está no mesmo ritmo. A metamorfose das pessoas é necessária e, quando ela não ocorre, é frustrante para quem já se transformou pelo menos um pouco. Por isso, recomendo ao querido leitor: Mude! Comece lendo Kafka!


Imagem: Google






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Deprimida

Posted by Blogueira on 16:08 in ,
Esses dias ando meio deprimida, acho que tem um pouco a ver com as músicas que estou escutando no caminho de ida e volta ao trabalho, pois só escuto música durante esse percurso ou de vez em quando antes de dormir. Nunca pensei que Luiza Possi, Marcelo Jeneci e James Blunt podiam deprimir tanto alguém. Quando não é a Luiza com aquela voz linda e meio rouca falando de amor é o Marcelo e o James me fazendo repensar a vida, a minha e a dos outros. Nossa, estou muito depressiva, vou tentar escutar algo mais alegre durante esse trajeto. Ainda por cima, chego no meu trabalho, que não é como todo trabalho, pois, em geral, as pessoas conversam umas com as outras em seus respectivos trabalhos, tomam café, enrolam um pouco e vão trabalhar. No meu trabalho é diferente, eu chego, falo bom dia, dois entre uns dez professores carrancudos respondem, quando um ou outro vem conversar tenho vontade de morrer, porque só sabem reclamar de salário. Pensando bem, quando vejo os professores chego a ter pena dos alunos... Mas minha pena logo se esvai quando entro em sala de aula e sei que tenho que dar aula, o que não é difícil para mim, não posso reclamar, nem posso reclamar muito dos alunos, pois eles me acham animada, jovem, divertida, comentam suas vidas comigo etc. e tal. Talvez o único fardo seja ter que estar sempre disposta para não decepcioná-los. Não decepcionar meus alunos se tornou uma obrigação e fez de mim uma mentirosa, pois eles pensam que não tenho muitos problemas ou que não fico triste, mas o que não sabem é que estou, praticamente, sempre triste. Ainda bem que eles não percebem isso, pois não quero ser como aqueles velhos carrancudos, que são os professores antigos. As professoras mais jovens são aquelas casadinhas recentemente, que dia sim, estão felizes porque fizeram sexo, dia não, estão tristes porque o marido mostrou uma nova faceta desconhecida. Sem paciência para esse perfil de professora. Eu não sei como cada professor é em sala de aula, mas a maioria na sala dos professores me deprime, talvez pensem o mesmo sobre mim, pois não finjo muito quando estou na sala dos professores e faço questão de fazer cara de enfado... Estou, realmente, deprimida...







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Sobre preços de dvd’s e amizades

Posted by Blogueira on 13:29 in , ,
Algo, verdadeiramente, desanimador é tentar assistir uma série americana até o final enquanto ela ainda for moda. Aliás, até depois de sair de moda é desanimador, pois os preços de dvd’s no Brasil não abaixam, e as promoções são todas falsas. Não percebo nenhuma promoção verdadeira no Brasil. Tudo aqui é enganação. O problema é que eu quero muito ver o final de uma série, mas não quero pagar o valor. Como não cair na tentação da falsificação? Meio complicado, não é mesmo? É tão simples, eu caminho até o shopping popular e compro a temporada final por menos da metade do preço. Não sou colecionadora de quase nada, a única coisa que tento ter em casa são livros, mas já perdi vários por emprestar a quem não devolve ou por trocar em dinheiro ou mercadoria. Acho legal quem coleciona e tudo o mais, mas como não sou colecionadora nem crítica de imagem, não percebo, de fato, nenhuma diferença ao assistir um dvd pirata e um original. Queria que alguém me explicasse qual a diferença. Entendo a ilegalidade da coisa e tal, mas não entendo a questão da qualidade. E caso o dvd não funcione ou a imagem esteja ruim, posso, como já o fiz, trocar na banca tranquilamente...
Os valores dos originais não permitem que uma pessoa seja, politicamente, correta. Acredito que o único público fiel mesmo seja o evangélico, devido à abordagem das vendas e à fidelidade, digamos... a Deus?!? Enfim, não quero pagar um preço abusivo. É caro ou eu ganho muito mal. Aliás tudo é caro neste país especialista em impostos. Estou esperando chegar na Netflix, tentando resistir à falsificação, pois já tenho em mente que não vou pagar o valor do final da temporada. Não mesmo! Outra coisa que não deixa de ter a ver com o preço dos dvd’s são as minhas amizades. Sei lá, acho que nunca dei sorte com isso. Geralmente, as pessoas formam grupos, esses grupos têm assuntos em comum, mas parece que só atraio gente que não tem nenhuma familiaridade com meus gostos. E, sabe-se lá por que, essas pessoas que de mim se aproximam cismam que sou a melhor pessoa do mundo, mas são evangélicas, ou casadas, ou pais de família, ou não assistem séries, ou não leem livros, ou não ouvem as mesmas músicas que eu, ou não gostam dos filmes bons... entre muitíssimas outras diferenças. Não sei por qual motivo essas figuras se sentem atraídas a conversar comigo, poxa... nunca têm nem um dvd ou um livro que preste para emprestar... risos... Que azar o meu!



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Sentir culpa incomoda e massacra

Posted by Blogueira on 20:48 in ,
Um dos piores sentimentos é o sentimento de culpa. Existem diversas formas de senti-lo, e todas são cruéis. Não sinto pena de quem sente culpa, pois algo ruim anteriormente cometeu. Eu poderia até sentir pena, se não fosse eu também mais uma a se sentir culpada. E culpada por quê? Por tantos derradeiros e dolorosos motivos que às vezes as palavras não são capazes de informar. Outras vezes, a alma não consegue transpor. Feliz aquele que não se sente culpado por nada. Existe? Sim. Dizem que coração dos outros é terra que ninguém pisa, mas ouso pisar: existem aqueles que não sentem culpa por nada, nunca nada. Privilegiados! Mesmo culpados, não sentem culpa.
Culpa incomoda e massacra. Na verdade, não a culpa em si, ou quando alguém te culpa. O massacre vem de sentir culpa, daí o derradeiro soco no estômago da alma. Tantas palavras de consolo podem ser ditas, tantos abraços, tantos apertos de mão, e nada adiantará, pois aquele que se sente culpado sabe que qualquer consolo não é capaz de apagar a causa desse sentir cruel. Sinto-me, em certos momentos, preenchida por saber que não estou só na imensidão da angústia devastadora que é sentir culpa. Não, não estou só, sempre me sinto acompanhada por aqueles que, assim como eu, estão atormentados, tristes, devastados... Devastados por algo capaz de dominar o pensamento e que nenhum confessionário será capaz de curar. Sentir culpa é ter uma lacuna que jamais será preenchida.

Motivos? Um ou vários, são eles os geradores, mas não são os culpados. Quem são os culpados além daquele que errou? Errei, sendo eu a única culpada. Culpada e condenada. Por quem? Por mim mesma. Há, afinal, algum acusador pior do que si mesmo? A justiça, o mundo, a vida pode absolver, mas se o coração diz não, nada será como antes. E quando vem a lembrança do antes, parece que a vida era diferente e o mundo de outra cor, mas a verdade é que mesmo com tudo diferente algo impulsionou ao erro e errar, por mais clichê que possa parecer, é humano e, sem clichê, ao mesmo tempo, desumano.




Imagem: Google









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A arte de perdoar

Posted by Blogueira on 19:01 in ,
          Perdoar é uma arte e, sendo uma arte, poucas pessoas dominam. Perdoar exige trabalho, um trabalho espiritual muito forte. Exige passar por cima de sentimentos, costumes, preceitos, opiniões, tudo isso, formando um conjunto: Perdoar é divino! O que me intriga, de certa forma, apesar de não me ser estranho, é o fato de muitos, mesmo sendo incapazes de perdoar, proclamarem aos quatro ventos que não guardam mágoas. Pura mentira! Coitadinhos... Acreditam-se humildes sem saber o significado de humildade e perdão.
            Um exemplo da máxima sofisticação do perdão é o caso de Massataka Ota que sempre lembro, sem querer, quando ouço alguém falando que não guarda mágoas. Massataka Ota teve seu filho de oito anos sequestrado por três homens. Seu filho foi morto no mesmo dia com dois tiros no rosto após ter reconhecido um dos sequestradores: um policial militar que trabalhava como segurança na loja de seu pai. Até aí, apenas mais uma história trágica do nosso desgraçado cotidiano. No entanto, Massataka Ota tem hoje uma fundação que ajuda criminosos assassinos e, pelo menos duas vezes por mês, ele visita o presídio onde estão dois dos assassinos de seu filho. Massataka Ota afirma ter transformado seu ódio em perdão. Infelizmente, em meu ciclo social conheço pessoas que passam o dia com raiva por alguém ter pisado, acidentalmente, em seu pé e sujado seu belo sapato.
            Sinto-me tão pequena, tenho consciência de que não sou capaz de perdoar em muitas situações, por diversas razões. O que me dá raiva é ouvir pessoas tão ou mais miúdas (espiritualmente) do que eu dizendo que são capazes de perdoar ofensas e não guardar raiva. Isso me revolta!  Todo mundo tem o direito de ser o que quiser, eu queria apenas que os discursos fossem coerentes. Nada mais! Seria mais simples, mas a maioria usa máscaras não tão poderosas, no entanto, para muitos, convincentes. O perdão é uma arte, não é algo para qualquer um. É como ópera, todos podem ouvir, mas quem será capaz de chorar deixando suas emoções expostas e sem maquiagem?



(Maio de 2013)

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