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Todos deveriam ler “A Metamorfose”
Muita gente
sabe do que se trata o livro de Franz Kafka: “A Metamorfose”, mas sei que pouca
gente lê os clássicos. Enfim, inúmeras são as justificativas, mas nenhuma
aceitável. Desprezando, momentaneamente, a parte intelectual da obra, afirmo
que o enredo é, no mínimo, intrigante. Um jovem caixeiro viajante acorda, numa
manhã comum, em corpo de um inseto gigante. Sua transformação mudará a sua vida
e a vida de sua família no decorrer do texto impecável de Kafka.
Penso que acordar no corpo de um inseto gigante seria,
realmente, um dos piores pesadelos. Mas,
muitas vezes, eu me sinto assim e
muita gente também. É claro que sempre agradeço ao bom Deus por não ser um
inseto gigante, mas inúmeras vezes me sinto como se estivesse no corpo errado e
que minha vida não é real, penso: É sonho? Ou melhor: Que pesadelo é esse?
Ler “A Metamorfose” é transformador, tanto do ponto de
vista literário, como do ponto de vista de uma pessoa que busca as respostas
que jamais encontrará. Mas por que transformador se não me dá as respostas?
Porque tudo o que me faz repensar e rever minha forma de encarar a vida e a vida
me encarar é transformador (uma metamorfose, ouso afirmar), por mais que não
sejamos capazes de perceber, algo nos modifica. É bom! É arte! É Franz Kafka!
Penso que o nome ‘A Metamorfose’ não poderia ter sido
melhor, pois ocorrem duas metamorfoses evidentes na obra. Ou seja, duas
transformações. A primeira é a mudança do protagonista, a segunda é a mudança
das pessoas ao seu redor. Já que a vida muitas vezes imita a arte, gostaria
muito que as pessoas não apenas percebessem a mudança uma das outras, mas que
mudassem também, um pouco que fosse. A transformação é necessária. Quero
aprender o sentido da vida. Quero me revelar para mim mesma, mas tudo é mais
complicado se quem está ao nosso lado, que convive conosco, não está no mesmo
ritmo. A metamorfose das pessoas é necessária e, quando ela não ocorre, é
frustrante para quem já se transformou pelo menos um pouco. Por isso, recomendo
ao querido leitor: Mude! Comece lendo Kafka!
Imagem: Google