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"A Carne" e minha dificuldade em assimilar

Posted by Blogueira on 19:40 in ,
Que os leitores eventuais de "Cinquenta tons de cinza" não se sintam ofendidos, mas esta é a verdadeira LITERATURA erótica.





Demorei muito tempo para descobrir que "A Carne" de Júlio Ribeiro é um livro erótico. Quando o li pela primeira vez, eu era muito jovem e não percebi a história que se delineava a minha frente. Em cada momento da vida, certas leituras e fatos vão tomando formas diferentes e tudo depende muito da época e da situação em que o leitor se encontra. Ao reler o livro, entendi muitas coisas que antes não conseguia compreender, às vezes acho que sou uma péssima leitora e confesso que tenho dificuldades em assimilar qualquer situação, eu sempre fui assim. 

Ultimamente, fui atingida por uma dislexia não diagnosticada por médico nenhum (eu que diagnostiquei, risos), e espero que assim como ela foi súbita, seja também passageira. Amém! O fato é que Júlio Ribeiro traz um novo papel para a mulher e explicita essa nova mulher moderna em seu livro. Essa história é tão carnal e poucas vezes encontrei algo tão intenso. Aliás, as coisas mais intensas são as mais complicadas de se entender. Mas "A Carne" é um livro carnal e isso é um show dentro do livro. Imagino que muitos já tenham lido, pois é até bastante conhecido. Para quem não leu, posso adiantar que é uma história sobre desencontro, paixão, sexo, sadismo e (eu já ía falar rock'n roll), mas não tem rock nessa história, acredito que o fundo musical , cada qual é quem faz. Não vou contar o livro para quem não leu, pois eu detesto quando fazem isso, estraga o prazer de ler. Espero que os leitores possam descobrir o quão a carne é fraca, até na ficção.


Texto produzido em 2008 (O texto passou por pequenas modificações)



Imagem: Google

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""A Casa dos Budas Ditosos" e meu breve elogio

Posted by Blogueira on 19:30 in ,
Que os leitores eventuais de "Cinquenta tons de cinza" não se sintam ofendidos, mas esta é a verdadeira LITERATURA erótica.







Eu não saberia dar uma explicação clara sobre "A Casa dos Budas Ditosos", não que o livro não tenha ficado claro, muito ao contrário, mas pude perceber que "tudo no mundo é secreto", assim como o próprio livro aponta. Sensacional? Sim! E muito mais... É um livro para todas as pessoas livres de preconceitos e sem medo de leituras invasoras e por que não dizer incômodas? Serve também aos recatados e medrosos, aos puros e ingênuos... Os futuros leitores não devem se espantar, o livro não é um manual de posições sexuais, mas em alguns momentos parece. É um livro invasor e não pede licença. De fácil leitura e compreensão, e sem palavras difíceis, mas isso não significa que ele não possa se tornar difícil para algum leitor. Digo, entretanto, que se o futuro leitor possui uma leitura ou mente limitadas, é bom não ler, porque pode não estar preparado para o novo, assim como tantas vezes, na vida mesmo, não se está preparado para compreender.  O livro faz parte da série "Plenos Pecados" (1999), em que escritores selecionados ficaram encarregados de falar (cada qual) sobre um pecado capital. João Ubaldo Ribeiro encarregou-se de escrever com mão de mestre (inclusive) sobre a luxúria. Trata-se de um monólogo de uma mulher com 70 anos de pura vivência, o autor afirma que recebeu uma fita com essas gravações, mas, sinto muito, não acreditei, somente um grande escritor faria com que se pudesse acreditar nisso. Gostei de ter sido enganada nessas 163 páginas. Convido as pessoas a serem enganadas também! Por que não? A leitura mais provocadora dos últimos tempos, sem dúvidas.


Texto produzido em 2008.(O texto passou por pequenas modificações)


Imagem: Google

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Curiosidade por situações banais

Posted by Blogueira on 19:46 in


Alguns dias atrás, a chuva destruiu parte de uma árvore da rua onde moro. Logo percebi que teriam que cortar a árvore mais rente ao solo para não causar nenhum acidente futuro. Há uns dois dias, dito e feito, vieram e cortaram a árvore. Acredito que situações como essa aconteçam todo dia e toda hora. Pessoas são pagas para fazer este serviço: cortar árvores! 

O que me causa tédio é como os transeuntes e moradores pararam para observar o fato como se aquilo fosse um acontecimento incrível como a chegada de um cantor internacional, uma entidade ou algo assim. Eu acompanhei o fato porque estava no ponto esperando ônibus para ir trabalhar. As pessoas, ao contrário, abriram as janelas de suas casas, os portões, algumas, que por esse trajeto passaram, pararam para observar o acontecimento banal e comum, gesticulando, comentando, apontando...

Não sei nem quero saber o que move a curiosidade das pessoas, mas, por tão pouco, acredito que seja falta de acontecimentos em suas vidas. Falta ocupação para parar e ficar olhando o trabalho dos outros como se nunca tivessem visto aquilo antes. Curiosidade por situações banais só pode ser falta do que fazer. Ou, no caso, pensar que uma árvore que estava prejudicando até o trânsito é destruição do meio ambiente é falta de conhecimento da causa sobre o que é destruir o meio ambiente. Chegará o dia em que as pessoas cuidarão mais de suas vidas neste país? A esperança continua...



Imagem: Google

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Às vezes, perder é ganhar

Posted by Blogueira on 12:09 in



Olho para trás e penso nas coisas que ficaram espalhadas no trajeto. Sou saudosista, e não me dou conta das coisas do presente, é um defeito, acredito! Eu deveria valorizar o momento, para depois não pensar nele como se fosse mais importante do que talvez tenha sido. Na lembrança, sempre sou mais feliz do que, na verdade, fui. Acredito que eu não seja a única a pensar assim, mas talvez eu seja uma das poucas a reconhecer.

As emoções são latentes, mas queria aproveitá-las mais. Sempre penso que a vida seria mais real se fosse possível reconhecer a importância de cada momento. Os livros de autoajuda proclamam, mas não é fácil. Até que me provem o contrário, viver cada dia como se fosse o último é apenas um discurso. Eu sei que dá remorso e culpa deixar sentimentos no passado, mas perder é ganhar, nem tudo ou todos valem a pena. Pois, se tudo valesse a pena, seriam muitas coisas e pessoas perdidas. Contrariando Fernando Pessoa, pessoas de alma grande, muitas vezes, não valem a pena, em todos os sentidos. Podem não estar na mesma sintonia, e é importante entender a sintonia das pessoas que nos rodeiam, cada qual possui o seus mundos particulares, adentrá-los é um risco.

Perder é ganhar, às vezes... Outras tantas, perder é perder mesmo, e quanto a ambas, faz parte daquilo que as pessoas chamam de viver. Existe o risco de perder e ganhar, mas nunca saberei, e é bom saber que ninguém saberá, pois não existem videntes. Caso houvesse, não haveria. Complexo? Não! Qual vidente precisaria cobrar uma consulta de um cliente, se pudesse adivinhar os números da loteria para si mesmo?!? O futuro nada mais é do que o passado adiantado, e se o passado foi eu quem fez, farei o futuro com meus atos. Confecciono meu próprio enredo assim como cada linha de um texto, até que se forme o parágrafo e, de cada parágrafo, um texto.

Tudo quanto há é uma projeção das vidas das pessoas. Cada vivência são exemplos dos exemplos de nossos próprios pensamentos. Cada vez que se perde, era preciso perder. Cada vez que se ganha era preciso ganhar. Mas uma só coisa é certa: as atitudes são produtoras de resultados, embora nada esteja sob o nosso controle absoluto. Nada!

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