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Amor carnal ou banal?
“Antes a inquietação de um amor, do que a paz de um coração vazio…” (desconheço
o autor) (Será?)
Há momentos para tudo na vida. Às vezes queremos estar só, e necessitamos
da solidão. Não daquela solidão que definha e mata, mas daquela solidão que nos
faz refletir sobre onde estamos e quem somos. Poucos entendem, poucos vão
entender.
Verdadeiramente, a paz é algo que não está relacionado a um coração
vazio. Paz é um estado de espírito, algo que deveria ser atingido em sua plenitude,
mas que poucos são capazes. Coração vazio nada tem a ver com paz! Com certeza,
quem criou essa frase ou não sabe o que é paz ou não sabe o que é amor.
Não vejo inquietude no amor, todas as sensações que ele nos causa são
sabores que devem ser degustados um a um. Se não for sensação, não é amor. Se
for angústia, não é amor. Se for inquietude, não é amor.
Mas quem sou eu para falar do amor? Um sentimento tão vago, que afirmo:
quase ninguém conhece ou desfruta. Caindo no lugar comum reflito: “Eu te amo”
virou “bom dia”. Não sei nada sobre o amor, mas muitos dos que afirmam conhecê-lo
são meros frutos do sistema social que induz ao “eu te amo” coletivo e sem
certezas. Que loucura há em assumir: eu não sei o que é amar?
Os anos passam e pessoas solitárias são acusadas de mal amadas e
infelizes. Será mesmo que uma pessoa que escolheu “ser só” (o que ninguém, de
fato, é) não teve as mesmas ou mais oportunidades que uma pessoa que escolheu
não ser? O amor não vem para todos, ou alguns fingem que amam ou estão, decadentemente, sendo enganados por um momento bom de curtição e felicidade. Mas
tenho dúvidas, não forço a barra, e não perco tempo tentando convencer o mundo
de minhas teorias absurdas, simplesmente, por fugirem a um pensamento em massa.
Na ânsia de encontrar um amor não devemos esquecer-nos de encontrar a nós
mesmo, se é que isso é possível.
Imagem: Google