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Blogueira
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18:26
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Heróis?
Todos são anti-heróis. Mas o que
seria um anti-herói? Quase todos pensam que anti-heróis são, na verdade,
vilões, mas não é bem por aí. Um anti-herói não é, necessariamente, mau, mas
também não é, necessariamente, bom. Para se ter uma noção, em alguns estudos,
Batman e Homem-Aranha são considerados anti-heróis e não heróis de fato. Isso
os transforma em vilões? De maneira nenhuma! O que fica caracterizado é a
questão de não serem apenas jovens bondosos e humanitários. Eles agem por um
motivo pessoal, sendo assim, movidos por sua própria vaidade. Por exemplo,
todos sabem que o Homem-Aranha sempre foi frustrado por ser um jovem criado
pela tia e ter presenciado a morte do próprio tio, que havia lhe criado como
filho. Homem-Aranha tem, portanto, um objetivo pessoal, prender assassinos como
o assassino de seu tio. Outro exemplo a ser considerado é o Batman, um homem da
elite que não suporta fazer parte dela e age fazendo justiça com as próprias
mãos sem nenhum poder fantástico, apenas recursos financeiros que lhe permitem
ter em mãos a mais sofisticada tecnologia.
Afirmo, sem medo de estar errada,
que a raça humana é anti-heroína. Sempre falo isso para as pessoas. Outro dia,
uma senhora (ex-aluna “EJA”) me disse que não faz nada por interesse. Então eu
lhe perguntei: Por que você está nesta sala de aula? Ela respondeu em tom
desafiador: Para aprender e me formar! Eu, calmamente, contra argumentei:
Então, pelo menos dois interesses pessoais você tem: o primeiro é aprender e o
segundo é obter um diploma. É claro que ela tem muitos outros interesses
pessoais na vida, mas preferi não adentrar neste mérito, já que não obtive uma
tréplica. É engraçado como ninguém quer ser anti-herói. Penso assim: Se fulano
ou beltrano quer ser herói, que abra mão da família, dos amores, dos bens
materiais e vá viver em prol dos outros, afinal, essa é a atitude um herói.
Posso dizer, entretanto, que nunca tive a oportunidade de conhecer,
pessoalmente, nenhum herói. Já ouvi falar... Conhecer, mesmo, ainda não tive a
honra. Também não concordo com algumas designações. Por exemplo, sempre ouço alguém
falando que Ayrton Senna foi um herói (risos). Acho cômico, pois o cara era
competidor de um esporte elitista, que são pouquíssimos no planeta que terão a
oportunidade de praticar e não fazia nada por ninguém, além dele mesmo. Suas
funções se resumiam em competir e namorar mulheres lindas e famosas. Isso não é
heroísmo. Nem bons em esportes esses caras do automobilismo são. Basta observar
o caso do Schumacher, lhe deram um carro bom e ele ganhava, lhe deram um carro
ruim e ele não ganha mais. Outro caso engraçado é quando alguém passa por um
momento difícil e sai ileso. Lembro-me do caso dos mineiros que ficaram
soterrados numa mina do Chile, saíram mais magros, mas sobreviveram. Todos os
noticiários bradavam: Heróis! De quem eles salvaram a vida, a não ser a deles
próprios? Também não vejo como heroísmo. E, para completar, cito o caso dos
fortões e piriguetes do BBB (Reality show Big Brother Brasil) que são chamados
o tempo todo de heróis pelo apresentador do programa, sobre este fato nem vou
comentar, apenas rir.
Quero deixar claro que, ao longo
da vida, as pessoas poderão ter atos de bravura com o próximo. Em segundos, se
transformarão em heróis e em pouco tempo serão esquecidas e retornarão à condição
humana. Atos e omissões, coragem e covardia, raiva e amor. As pessoas sempre
serão movidas por sonhos, os seus próprios e poucas vezes do outro. Estarão sempre
em primeiro lugar e, raramente, se colocarão no lugar do outro. Serão sempre
anti-heróis, mas não excluo a possibilidade de existirem, em algum momento,
razões e sonhos que não são os delas mesmas. Apenas em curtos intervalos poderão
ser chamados de heróis, serão algumas vezes lembradas, mas no mais das vezes,
serão esquecidas, pois não posso esquecer de que quem lembra e esquece também é
humano, por isso toda fé é duvidosa e toda idolatria tem limite.