As tatuagens da vida
Começa a surgir uma ‘nova onda’ de tatuados. Pessoas, que leram livros e gostaram de algumas passagens, tatuam essas mensagens no corpo, ou até mesmo desenham quadrinhos, tirinhas e caricatura de autores diversos.
Poucos anos atrás, li, obrigatoriamente, “Grande Sertão Veredas” (Guimarães Rosa) na faculdade. Fiquei extasiada com os inúmeros excertos do livro. É uma forte literatura e um grande sertão interior (em nós) a se desvendar. Comentei com algumas pessoas que queria tatuar um pequeno trecho do texto que diz assim: “Carece de ter coragem...” Muitos me incentivaram, mas o que poucos sabem é que eu jamais teria coragem de fazer uma tatuagem. No entanto, uma pessoa muitíssimo íntima minha, sabendo que eu jamais teria coragem para fazê-lo, me sugeriu: ‘Por que você não tatua “Nonada” nas costas?’ Para quem não sabe, “Nonada” é a primeira palavra escrita no livro e quer dizer “Não é nada”. Ou seja, o que este íntimo amigo me sugeriu foi que eu tatuasse que não era nada, exatamente por não ter coragem de fazer nada.
Assim que vi a galera tatuada, lembrei-me da minha vontade que nunca será concretizada. Decidi colocar o link para que os leitores deste humilde blog possam ver algumas dessas tatoos http://flavorwire.com/161484/10-awesome-indie-comics-tattoos Mas, apenas para ilustrar e deixar bem claro, eu sempre prefiro as tatuagens da vida. Que são marcas, não feitas de tinta, mas que ficam para sempre na pele e também dentro da gente.