"McFlurry Alpino"
M. Tanigushi
Tudo passa...
Entendo por “confidência” uma intimidade confiada a alguém. É difícil confiar segredos, mas é importante ter com quem confiá-los. Entendo também que os blogs, em geral, são um espaço importante para os diários. Gosto de ler blogs que se assemelham a diários, mas não todos, pois alguns são chatíssimos. Decidi expor um pouco das minhas confidências, mas não todas, porque não sou tão original assim. Tenho certeza que muitas pessoas vão achar minhas confidências chatas e banais, mas é preciso escrever. E quem escreve está já, mesmo que não seja um diário, completamente exposto. Julgamentos? O que fazer com eles? Eles nada podem além de mascarar a realidade de muitos (que julgam) e não possuem plena coragem de ‘dar a cara a tapa’. Mesmo que todos os tapas sejam virtuais, e, ainda bem, que são! Sempre que estiver escrito (Momento Confidência) na frente de um título, entenda como um momento meu. Queria poder descarregar tudo, pois estou tão aflita por momentos... mas são tão raros...
“Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento.” (ClariceLispector)
Fiquei impressionada e constrangida ao saber que o Conselho Nacional de Educação quer banir uma das fábulas de Monteiro Lobato das salas de aula. A acusação é de que a fábula possui conteúdo racista.
Não há adjetivos verbais que sejam compatíveis com minha revolta diante desse fato. Afinal, o que fica evidente na obra de Monteiro Lobato é a sua preocupação com questões raciais.
Aprendi que a Literatura é aberta. Sendo assim, cabível de diversas interpretações. Castrar o direito de interpretação dos jovens e crianças brasileiras é castrar a imaginação. Castrar o direito de saber e ler o autor que ocupa lugar significativo na construção de leitores de diversas gerações.
Chegou o momento de o Brasil se preocupar, verdadeiramente, com a educação. Mas não proibindo Monteiro Lobato e, sim, investindo em professores e infraestrutura. Só assim o país terá uma educação, politicamente, correta.
Espero, em uma visão muito particular, que o Conselho Nacional de Educação repense sua atitude e que não bloqueie um dos maiores gênios da Literatura Brasileira. Acredito que não há motivos para regredir. O país, na última década, tem caminhado para o progresso. Que se faça valer, pelo menos, uma das palavras transcritas na bandeira, já que a ordem ainda vai demorar um pouco.
"...Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém… Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver, cadeia, forca, exílio." (Monteiro Lobato)
(Imagem: Google)
Entende-se por capitalismo (comercial) um sistema de trocas. Nesse sistema de trocas, não necessariamente troca financeira, um determinado indivíduo fornece um produto e recebe outro produto em troca. Será que eu ‘tô’ sendo louca demais em dizer que quando os indivíduos estão apaixonados eles esperam receber algo em troca? Quando as pessoas estão apaixonadas elas esperam receber, essa questão de doar-se, apenas, não está relacionada à paixão. Os indivíduos querem ser desejados por seu objeto de desejo. É simples! A paixão é um sistema capitalista, um sistema de trocas (é mesmo um sistema). O capitalismo é muito polêmico, a paixão não é menos. Querer é ser capitalista. Dizem que há um determinado tempo para a paixão chegar ao fim, sabemos também que há um determinado tempo para receber lucros (no sistema capitalista, é claro), ou ‘fracassar nos negócios’, bom é saber que alguns negócios dão certo e que se, por acaso, você está apaixonado e não é correspondido, o tempo poderá lhe proporcionar a solução para seus probleminhas de paixonite. E, como todo bom capitalista, invista em outro negócio. Lembrando que o que pode agradar alguns, desagrada a outros. Só a título de incentivo: todo mundo já ouviu falar da Disney? Pois é, seu criador (Walt Disney) já foi despedido de um jornal (adivinhem) por FALTA DE IDEIAS. Hoje sou eu quem falo: tente outra vez!
Conheci um jovem que me fez refletir muito nos últimos meses. Algum tempo atrás, ele me contou os países que conhecia, as línguas que esboçava e as línguas que falava com fluência. Fiquei surpresa e não acreditei muito nos primeiros momentos. Depois de algum tempo, descobri que era tudo verdade e que estava diante de um quase “Zeca Camargo”, pois o rapaz conhecia lugares demais, histórias demais, pessoas demais. Entretanto, fiquei muito surpresa, pois, apesar de tanta ‘cultura’, o belo jovem tinha pouco a me acrescentar. O jovem sempre está contra tudo, acha que qualquer coisa está errada. Carrega consigo verdades tão absolutas, que não sabe ouvir, somente falar. O que mais me impressiona é a forma como ele critica negativamente partidos políticos, pessoas, religiões, livros, discos, filmes e, o pior, as pessoas. Afinal, será que tudo é mesmo tão ruim assim? Até concordo que quando as pessoas atingem um determinado nível de cultura, as outras pessoas que não possuem o mesmo nível cultural e muitas outras coisas se tornam banais.
Com este pequeno resumo da realidade, tenho o intuito de fazer o leitor refletir sobre o que é, realmente, importante. Depois que conheci esse jovem, penso que a evolução (transformação) de uma pessoa depende muito mais de uma mudança interna do que externa. Não adianta ler, ver e ouvir milhões de coisas. É preciso permitir que essas coisas transformem o interior. A mudança não vem de fora e, sim, de dentro, quando se permite que as coisas de fora afetem por dentro. Caso contrário, tudo será sempre chato e existirão muitos jovens contra tudo e qualquer coisa.
O Brasil elegeu a sua primeira mulher presidente, isto é motivo de orgulho e não de vergonha. Agora já faz parte da história deste país marcado por ditaduras. Mas que agora estampa uma democracia, mesmo que, ainda, incompleta. A partir do dia primeiro de janeiro de 2011, o país será comandado por uma mulher.
Nos últimos dias, o país assistiu ruborizado de vergonha e tristeza a ignorância mascarada de uma estudante de Direito. A estudante incitou o homicídio e escancarou sua discriminação em relação ao povo nordestino. Dessa forma, desencadeou a fúria (até então contida) de muitas pessoas diante da vitória da candidata petista.
Penso: Segundo estas pessoas, os nordestinos não deveriam ter direito ao voto? O país deveria regredir à época das ditaduras, então? Época em que nem as mulheres possuíam direito ao voto. É muito triste saber que existem pessoas que se sentem no direito de controlar a liberdade de voto de outras pessoas. Por sorte, dessa vez, haverá punição e os discriminadores e incitadores da violência terão que prestar contas à lei. Lei esta que parecem desconhecer acentuadamente.
De acordo com alguns pregadores da não-eleição de Dilma Roussef, o Nordeste não deveria fazer parte da território brasileiro. Que pena! Não fariam parte da Literatura Nacional talentos impressionantes como: Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego, entre outros. Por sorte e "felicidade geral da Nação", não serão os incitadores da violência os futuros governantes do país. Pois, pelo visto, eles só sabem estampar em sites de relacionamento a violência que o Brasil não quer mais ver nas páginas dos jornais. Viva o povo nordestino! Viva a liberdade de voto de cada brasileiro! Viva o Brasil!
(Imagem: Google)
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