Sim a Monteiro Lobato!
Fiquei impressionada e constrangida ao saber que o Conselho Nacional de Educação quer banir uma das fábulas de Monteiro Lobato das salas de aula. A acusação é de que a fábula possui conteúdo racista.
Não há adjetivos verbais que sejam compatíveis com minha revolta diante desse fato. Afinal, o que fica evidente na obra de Monteiro Lobato é a sua preocupação com questões raciais.
Aprendi que a Literatura é aberta. Sendo assim, cabível de diversas interpretações. Castrar o direito de interpretação dos jovens e crianças brasileiras é castrar a imaginação. Castrar o direito de saber e ler o autor que ocupa lugar significativo na construção de leitores de diversas gerações.
Chegou o momento de o Brasil se preocupar, verdadeiramente, com a educação. Mas não proibindo Monteiro Lobato e, sim, investindo em professores e infraestrutura. Só assim o país terá uma educação, politicamente, correta.
Espero, em uma visão muito particular, que o Conselho Nacional de Educação repense sua atitude e que não bloqueie um dos maiores gênios da Literatura Brasileira. Acredito que não há motivos para regredir. O país, na última década, tem caminhado para o progresso. Que se faça valer, pelo menos, uma das palavras transcritas na bandeira, já que a ordem ainda vai demorar um pouco.
"...Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a ideia de não desagradar ou chocar ninguém… Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver, cadeia, forca, exílio." (Monteiro Lobato)
(Imagem: Google)