Contra tudo e qualquer coisa
Conheci um jovem que me fez refletir muito nos últimos meses. Algum tempo atrás, ele me contou os países que conhecia, as línguas que esboçava e as línguas que falava com fluência. Fiquei surpresa e não acreditei muito nos primeiros momentos. Depois de algum tempo, descobri que era tudo verdade e que estava diante de um quase “Zeca Camargo”, pois o rapaz conhecia lugares demais, histórias demais, pessoas demais. Entretanto, fiquei muito surpresa, pois, apesar de tanta ‘cultura’, o belo jovem tinha pouco a me acrescentar. O jovem sempre está contra tudo, acha que qualquer coisa está errada. Carrega consigo verdades tão absolutas, que não sabe ouvir, somente falar. O que mais me impressiona é a forma como ele critica negativamente partidos políticos, pessoas, religiões, livros, discos, filmes e, o pior, as pessoas. Afinal, será que tudo é mesmo tão ruim assim? Até concordo que quando as pessoas atingem um determinado nível de cultura, as outras pessoas que não possuem o mesmo nível cultural e muitas outras coisas se tornam banais.
Com este pequeno resumo da realidade, tenho o intuito de fazer o leitor refletir sobre o que é, realmente, importante. Depois que conheci esse jovem, penso que a evolução (transformação) de uma pessoa depende muito mais de uma mudança interna do que externa. Não adianta ler, ver e ouvir milhões de coisas. É preciso permitir que essas coisas transformem o interior. A mudança não vem de fora e, sim, de dentro, quando se permite que as coisas de fora afetem por dentro. Caso contrário, tudo será sempre chato e existirão muitos jovens contra tudo e qualquer coisa.